10 de fev. de 2009

Alfred Hitckock em Quarentena

Confesso que é díficil olhar para o poster (ou capa de DVD) do filme "Quarentena" e dar crédito ele. Atores desconhecidos, roteiro desconhecido, tudo bem que, aparentemente, é algo apocalíptico, enfim, um filme não muito badalado. Enquanto o filme estava nos cinemas, ao seu lado podíamos encontrar o poster do filme "Marley e Eu" (a história de um cachorrinho que vendeu milhões de livros), caso você esteja com um grupo de amigos escolha o filme mais aterrorizante, tem menos chances de errar, você pode também fazer um rápido unidunitê (eu acho que é assim que se escreve) começando pelo poster de "Quarentena" e indo até a parte que fala "mas como eu sou teimoso vou escolher esse daqui.

A teimosia até que vale a pena, parecia aquele típico filme que tudo começa bem e no final todo mundo morre das mais variadas formas... bem é quase isso, mas o interessante do filme não é a sua história e sim a ideologia da produção. O estilo escolhido foi o do mestre Alfred Hitckock em Festim diabólico. A idéia era utilizar uma única câmera (ou pelo menos dar a impressão). O filme se inicia com uma repórter frustrada com a sua carreira tentando mostar a rotina dos bombeiros e esperando pacientemente acontecer algum incidente para conseguir arrumar um furo de reportagem. O cinegrafista da matéria é o mesmo de todo o filme que tem uma levada bem "Aqui e Agora" com uma versão feminina do Goulard de Andrade (e não Gil Gomes) que filma cada detalhe da ação dos bombeiros.

As soluções encontradas para manter a câmera (que provavelmente tinha um HD, porque o filme tem quase 2 horas) ligada são muito divertidas, ora o cinegrafista bate com a lente na cabeça dos zumbis (se não eram zumbis pelo menos parecia), ora ele larga a câmera para ajudar sua amiga (em local estrategicamente posicionado para não perder o furo de reportagem) e ora a câmera serve apenas de lanterna com recurso de visão noturna (essa câmera deve ser caríssima!). Vale apena assistir!